quinta-feira, 23 de abril de 2015

XXXIV- Saudades

Saudade, obviamente tem muito a ver com apego. Muitas vezes já vi o quanto esse é um dos sentimentos que mais mexem comigo, desde criança.

Eu me recordo de quando criança eu estava em outro estado com minha mãe passeando. Meu pai não pôde ir com a gente e ficou em casa cuidando da minha irmã, que só tinha 2 anos na época. Eu me lembro do quanto chorei de saudade ao escutar a voz dele no telefone.

Situação parecida eu senti anos depois, já no fim da adolescência, certa vez quando dormi em uma casa de veraneio, quando passei um feriadão com amigos. Curiosamente, na mesma cidade onde moro hoje. Me peguei em uma noite pensando na minha mãe. Não tinha uma razão específica, era só saudade da presença dela.

Hoje fiz uma coisa que nunca tinha feito antes com um namorado. Uma coisa com cara de antiga, dos tempos da infância quando as pessoas iam nas praças, ainda que em grandes cidades: sentar no banco para comer cachorro quente. Tudo bem que foi um x-tudo, mas ainda assim, ao sentar naquele banco e olhar a paisagem ao meu redor, com uma chuvinha fininha de outono em um feriado no qual as ruas estavam vazias e o shopping principal da cidade estava cheio.

O banco era bem defronte ao antigo prédio. Lembrei-me da primeira vez que conheci aquela parte da cidade. Era uma novidade, uma euforia me tirando da mesmice dos fins de semana habituais na cidade onde moro. Até porque era uma nova fase: um novo namoro.

Daí me peguei pensando sobre isso, sobre uma certa saudade daqueles dias. Ao mesmo tempo não me dei conta de novos dias que estão para chegar. E que por vezes a saudade pode mostrar exatamente uma pessoa, uma situação, um lugar que de alguma maneira foi significativa para mim, mas mostra que agora o momento é outro, outras situações para deixar novas saudades.


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