quinta-feira, 9 de abril de 2015

XX- Expectativa

No começo da vida amorosa, ele me dizia: você cria muita expectativa e por isso você se frustra. Nem sempre as coisas saem do jeito que a gente quer.

O clichê faz sentido, quando a coisa não depende da sua ação, diante da ação do outro. E o resultado disso foi imobilidade.

Sempre fui do tipo que não espera grande coisa no futuro. Exemplo: quando mais novo temia uma nota baixa, mesmo sabendo que eu tinha ido muito bem. Achava que por uma intervenção divina eu iria me ferrar. Também tinha o fato de que, quando sabia que iria bem, eu criava a expectativa da perfeição.

Esse é o drama do pessimismo para o futuro. As expectativas são varridas para debaixo do tapete. Ou melhor, elas estão ali, só que sem luz sobre elas. Como uma luz de holofote, que foca apenas um ponto enquanto os outros estão escuros. Eu sei, essa teoria não é minha, é do Popper.

O fato é que no caso específico do começo do texto, ao colocar luz sobre a expectativa, tudo ganhou mobilidade. A vida amorosa que era começo, deixou de sê-lo e tornou-se fato. Mas não com o homem daquele clichê básico.

E sucederam mais histórias, mais luzes e, principalmente, mais sombras. Ainda bem.


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