terça-feira, 14 de abril de 2015

XXV- Exagero

Tenho um amigo que mora em outro continente que é dado a exageros. Sua posição política é onde isso fica mais característica. A sua forma de colocar e impor suas ideias também, por vezes denota esse exagero.

Mas percebi que nestes exageros, ao longo desses anos de convívio, há muito a ser percebido. E ao mesmo tempo, ter uma visão crítica das coisas. Apesar que o amigo exagero, em certos pontos, não exagera tanto. Enfim, nem mesmo os que são assim estão imunes a sua própria contradição.

E hoje ele usa o termo "nazista" para um espírito do Natal passado. Pode parecer exagerado, mas depois com tempo fui juntando peça por peça. Não acredito que a pessoa seja assim na acepção da palavra, posso ser muito inocente. No entanto é fato que essa pessoa, quando confrontada com certos valores, é daquele tipo que jura que está transgredindo algo, quando na verdade só está exacerbando a norma.

Em um flash me vieram diversas cenas de como ele se comportava como um filhinho de papai mal educado, desses que zoam pedintes na rua. E sei que fez amizade com um tipo equivalente.

Dizem que por vezes só olhamos a capa para depois observamos aspectos mais profundos de alguém. Nesse sentido o processo é inverso. E no frigir dos ovos é importante ver a capa também, já que esta tem a sua ação no mundo e não está separada de como a pessoa lida com suas emoções.

Meu amigo pode estar exagerando, o dito espírito também ou até eu mesmo, por parecer não admitir certas coisas. O importante é que entre um exagero e outro há sempre pequenos cacos, faltas, erros que por um instante passam despercebidos, mas que um determinado grito pode dizer "ei, olhe para ali". E o que era pequeno passa a ser melhor observado. Com ou sem exageros.


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