sábado, 28 de março de 2015

VIII- Respiração

Vejo o vídeo de um o humorista. Observo seu comportamento no palco . Percebo que ele dá uma parada antes de pronunciar uma frase de efeito, que irá provocar o riso. Ele respira e diz o que queria. Risos de plateia e meu também.

A pessoa amada me observa e fala o quanto a minha respiração é apressada. Diz para eu respirar em ritmo mais lento, que isso vai me fazer sentir melhor. Dá uma sensação de asfixia, estranha. Ao mesmo tempo é uma das raras vezes que percebo minha própria respiração. Acho que a última vez que tinha feito isso pra valer foi em uma aula de educação física, em que a professora alternava a mordida em uma maçã e no sanduíche de ricota. Ela sabia respirar.

Por vezes a minha má respiração é consequência da minha ansiedade. Falo rápido, escrevo rápido, como rápido. Outras, penso que ela é causa.

Lembro-me de que depois da observação da minha respiração apressada comecei a nadar. E um dos exercícios fundamentais quando se está na água é esse: saber o tempo certo de inspirar e expirar. E depois de um tempo lidando um pouco melhor com isso, comecei a reparar que isso dava um certo barato na cabeça e eu nadava com mais tranquilidade. E não era tão necessário assim contar quantas chegadas na borda da piscina ainda faltavam.

Usar a respiração como causa. Ouvir mais antes até mesmo de falar. Um exercício que preciso praticar mais. Para mais gozo, mais sorriso e mais baratos. E pode ser entre um naco de maçã e outro de ricota, desde que esta esteja devidamente temperada.


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