quinta-feira, 26 de março de 2015

VI- Certeza (s)

Ao pensar sobre a certeza me veio na cabeça a ideia de um girassol. Foi assim, do nada, sem uma explicação lógica no começo, até então ver, em minha própria realidade eu posso vê-la(s) desta maneira.

Eu carrego muitas certezas. Isso me acompanhou a vida toda. Ao mesmo tempo percebi, em um processo bem lento, que todas elas são vulneráveis. E ainda bem que elas são, pois é isso que permite que elas morram, ou mudem para outras certezas que, com certeza serão incômodas. Incomoda porque evita de ver outras coisas além do que tinha sido visto antes. Mas se fosse possível ver tudo, ter todas as verdades sobre todas as coisas, para que então questioná-las?

Pensei nos líderes religiosos fundamentalistas. Carregam com força suas certezas. Por vezes parece que elas se unem em várias para formar uma só. E estabelecer então como uma única verdade para regras serem ditas a tudo e a todos.

Só que o ser humano nem sempre é obediente. Nem aquele que prega certezas. Por vezes estes, aos serem questionados, modificam, relativizam a questão. Sexo antes do casamento? Não pode! Comer crustráceos? Veja bem, naquele tempo as pessoas eram assim....

Por isso pensei no girassol, sempre voltado para a luz. O Sol que aparentemente sempre parece estar ali, que sempre parece que vai nascer no outro dia. E conforme a luz vai mudando de direção, o girassol a acompanha. Como são as certezas, sejas as minhas - em uma busca por descontruí-las às vezes - ou daqueles que se apegam com afinco às suas. 

E no fim de tudo, as coisas morrem: o girassol, o Sol e as certezas. Fruto de uma única certeza  da qual tenta-se sempre fugir: a morte.


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